A Revolta da Natureza
Contra os homens, que se poderiam dizer intermitentes, não basta. Enquanto criamos aparatos tecnológicos e enquanto vejo os pais "modernos", que lotam as lojas pra comprar [seja o que for pra sei lá quem] eu leio numa capa de revista que a natureza se revolta contra os homens. Acho o título poético, profético. A natureza tem o seu direito de se defender contra o seu maior predador. Leio um pouco mais: prazo de cinqüenta anos para consertar os danos que fizemos ao planeta. OK! Eu tive essa conversinha com os meninos aqui da rua, mas todos se mostraram bastante esperançosos com relação a uma vida longa à humanidade. Já eu tentei mostrar que não. Sou pessimista, creio. E discorri [tentei, pelo menos] sobre como o ser humano destrói as coisas. Falamos sobre grana, petróleo, não sei se convenci; todos eles são muito vidrados naquele pensamento de que "nós evoluímos bastante e podemos criar uma solução". Acontece que pra tudo há uma solução utópica. Mas nem sempre uma verídica. Não sou estúpido o suficiente pra achar que já não inventaram a solução pra fome! Ou então pra poluição dos rios e da atmosfera! Mas acabar com a fome é um problema sério pra quem vive de vender alimentos. Acabar com a poluição é problema sério pra quem vive dela. Duvido que não tenham inventado carros que não poluam o ar, mas isto implicaria intrinsecamente na não utilização do petróleo. Isso levaria à falência algumas empresas. Assim como distribuir e alimentar o povo africano levaria à falência qualquer distribuidora e produtora de alimentícios. Entro na loja da nike: o ar-condicinado é mais eficiente. Uma camisa: R$84,90. É bonita. Olho pra minha: R$12,00. É confortável. Basta. São tão caras porque alguém se dispõe a pagar. Não muito convincente minha explicação, mas é uma. Afinal, estou um pouco demodé com a minha breguice. E vejo inúmeras opções: pagar em não-sei-quantas-vezes no cartão. Faça "já hoje mesmo" o seu cartão C&A. Penso na lógica que existe nisso tudo. Vejo a mulher jogar o papel no chão, os rios poluídos, cheios de detritos. Se dragarem, o povo vem e "esmerdalha" tudo de novo. Educação ninguém dá. Custa caro, pro governo e pro povo. Imediatismo a gente sabe de cor: a situação ficou preta, vem o cientista e faz o trabalhinho dele pra salvar a população de imbecis que vai destruir tudo de novo. Sendo eu cientista me recusaria a ajudar; como diria a boa linguagem chula: "jogaria merda no ventilador". Afinal, todos vamos morrer. E achamos que o essencial é comprar. Até que no fim, compramos tudo, exceto uma coisa: a vida de verdade.
1 Comments:
Po, muito interessante esse post, meu pensamento bate em muitos pontos com o seu. Realmente pode ser possível, mas esse possível não é bom. Realmente, muita gente vive enquanto a pimenta arde no cu dos outros (será mesmo arde em contato com o cu?), e talvez seja essa a maior razão de medidas de longo prazo não poderem ser efetivadas.
Ah, legal o comentário da camisa. Também penso como você, não gosto dessas coisas de "boy"
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